Desde logo, na sessão de abertura, o Dr. Clifford A. Hudis, chief executive officer, sublinhou o carácter inédito da edição de 2020 da reunião da ASCO, sendo “este ano diferente não só devido à COVID-19, mas também pelos feitos notáveis que fizemos na nossa sociedade nos últimos anos”, recordando que “em 1964, a ASCO foi fundada para melhorar a qualidade dos cuidados do cancro através da educação, investigação e sensibilização”, contando hoje com mais de 45 mil membros de todo o mundo.
Questionada quanto à forma como usufruiu da reunião este ano, a Dr.ª Ana Barroso explicou que este formato a levou a intercalar o visionamento das sessões com a atividade profissional e a vida pessoal. Por outro lado, identificou a perda do networking, como fator menos positivo nesta nova era virtual.
Com uma experiência diferente, o Dr. Fernando Barata contextualizou que este recurso às apresentações online era já “uma metodologia que usava nos anos anteriores”, desde que surgiram as novas plataformas e tecnologias. A única diferença prendeu-se com o desfasamento horário, que este ano foi substituído pela transmissão em direto, em muitos casos, explicou. O especialista do CHUC sublinhou ainda a importância de, a par destas reuniões virtuais, haver também reuniões presenciais para “debater os resultados, a aplicabilidade clínica e a adaptação à realidade de cada um e de cada país”.
A trabalhar na Tulane University, o Dr. Pedro Barata parabenizou a organização pelo fácil acesso às apresentações. A questão do networking, com a “discussão de potenciais projetos de colaboração”, foi a parte mais ressentida, na opinião do especialista. O adiamento da parte educacional foi uma boa decisão, no seu entender, sendo importante ter lugar mais tarde, uma vez que “sumariza toda a evidência científica em cada área e ajuda médicos da academia e da comunidade a estar a par das novidades no mundo da Oncologia”.