Como explica a especialista, “este estudo surgiu de uma necessidade clínica: o que fazer com um doente que progride, quando é tratado com PD-1, ou quando está a fazer o tratamento em adjuvância e o tumor recai”.
Perante a necessidade de introdução de um outro agente, a dúvida é se deve ser introduzido o “ipilimumab ou a combinação do ipiluminab com um anti-PD-1”, elucidou a Prof.ª Doutora Inês Pires da Silva. O racional identificado pela especialista como gerador do estudo foi: “se o doente não respondeu ao PD-1, vale a pena introduzir novamente o PD-1? E qual é esta toxicidade?”.
Este foi um estudo multicêntrico, retrospetivo, que incluiu 355 doentes, sendo que todos eles progrediram ou recaíram com anti-PD-1 monoterapia. Na maioria dos casos, os doentes foram tratados num estadio avançado ou metastático. Cerca de metade dos doentes foram tratados com ipilimumab e os restantes com a combinação, ilustrou a médica oncologista.
Verificando que a taxa de resposta foi superior nos doentes tratados com a combinação e não existiram diferenças a nível de toxicidade, a Prof.ª Doutora Inês Pires da Silva é categórica em afirmar que “se o doente tiver um bom performance status para ser tratado, sem dúvida que a combinação é melhor que o ipilimumab monoterapia”. Além do impacto no melanoma, a especialista chamou a atenção para a possível importância deste estudo para outros tipos de cancro.